The Maverick Hunters

Review

De fato Mega Man nunca deu sorte com suas capas. Incrível como nem em uma versão comemorativa a Capcom não se deu o trabalho de contratar um artista decente para a embalagem do jogo.  

Caso alguém tenha vivido em uma caverna afegã na geração passada, Mega Man Anniversary Collection foi lançado pela Capcom em 2004 para o GameCube e Playstation 2. Era um prato cheio para aqueles que como eu, passaram boa parte de suas vidas gamísticas controlando o carismático robozinho azul em suas missões contra o nefasto Dr. Willy. Afinal, eram 10 games pelo preço de um, funcionando exatamente como em suas versões originais, sem essas frescuras de músicas remixadas e filtros gráficos. Tratava-se de um produto direcionado, para quem queria jogar aqueles jogos exatamente como eles eram em suas versões de origem.

Como não poderia deixar de ser, há muita qualidade contida nos games do pacote. Mas por outro lado, não pude notar como o mesmo conjunto de jogos é muito claro em mostrar a decadência pela qual Mega Man passou e ainda passa. O brilho da coleção se dá nos quatro primeiros títulos, em especial Mega Man 2, 3 e 4. Ao jogar os games em sequência, me batia uma certa tristeza em perceber como a série foi caindo na reciclagem de idéias e más decisões de projeto, isso apartir da quinta versão ainda no NES. É muito fácil de se perceber a tremenda inferioridade da sexta versão em relação a terceira, o erro em desenhá-lo como um personagem da Turma da Mônica em Mega Man VII (isso sem contar aquela chatíssima fase tutorial de abertura), para enfim encerrar no pavoroso e constrangedor Mega Man 8, com suas fases coloridinhas, fofinhas, cheias de bichinhos e vozinhas mais agúdas do que cantor castrati de heavy metal melódico.

Claro que nesses pacotes sempre tem alguns bonus, Anniversary Collection não é exceção. Além dos joguetes de arcade, o melhor para mim foi o video com a entrevista com o criador do personagem, Keiji Inafune. Trata-se de um material bem legal, hoje deve ser fácil de se achar nos youtubes da vida. Assistam, pois mostra bastante do processo criativo e da evolução da série. Vale lembrar apenas que video er parte da versão GameCube, a versão Playstation 2 tinha um capítulo do anime do Mega Man, o que não sendo aquele medonho desenho americano que passava no SBT, já conta muitos pontos com a humanidade. Em suma, temos um bom produto, com ótimo custo-benefício.

Mas o que vem a mente é por que diabos a Capcom me arruma aquela capinha vagabunda, ordinária e sem vergonha? Raios, custava qualquer coisa mais que uns trocados para um pingado (para quem é fora de São Paulo, pingado é um pão com manteiga na chapa e um café com leite - custa uma merreca nas padarias) e um vale transporte? Sério, o que significa essa pintura de curso básico módulo 1 de Photoshop? Por que Rush está com expressão de absoluto nojo, aliás com nojo de quê? Até perece que passou uma barata na frente dele e isso foi motivo para um chilique. Alguém pode me explicar que expressão é essa no rosto do Mega Man, em especial por desenharam a boca dele totalmente brancam quando claramente ele não estava com os dentes cerrados. Fora que essa deve ter sido a pose mais esdrúxula que ele fez para dar um tiro. Para fechar o show de horrores, um céu com uma mistura de roxo com amarelo que é o auge do mal gosto.

Desde os tempos em que Mega Man era retratado como um homem gordinho com uma pistola na mão, o mascote não teve lá muita sorte em sua tragetória pelo design gráfico, ao menos o impresso. Duro é que nem nos games está levando muita sorte, pois está mais prostituído do que nunca pela Capcom. Em alguns momentos está até lembrando o Sonic. Em Anniversary Collection, podemos ao menos vê-lo em alguns de seus melhores momentos, no melhor de sua forma. Há também o X Collection, mas como até hoje só joguei até o Mega Man X3, acabei não comprando-o. 

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